Dizem que a nossa forma de escrever diz muito de nós próprios. Que um intelectual escreve de forma muito complexa, que um tonto não sabe o que escreve, e que uma mulher põe as palavras certas nos locais apropriados. Aquilo que eu gostava, era saber-me na terceira opção... mas de que me vale pensar dessa forma? De que me vale sequer atingir esse objectivo? Olho em meu redor e vejo gente que escreve palavras muito bonitas. Vejo-os ter blogs ou folhas de papel com grandes louvores, grandes teorias, mas que depois não são vividas. Não da forma expressa nesses textos... E se é verdade que também outros são coerentes com as suas palavras, custa-me saber de gente que não o sabe fazer. Escrever é um vício. Recordo-me tantas e tantas vezes de ficar a pensar em vários tipos de formas para acabar um texto de forma fantástica. É um sentimento que sai das nossas mãos. Uma paixão. No entanto, de que me vale saber escrever muito bem, se não o sei pôr em prática? Um exemplo. Quem nunca escreveu uma carta de amor? Bem ou mal escrita, com mais ou menos fervor... quem nunca o fez? Agora expliquem-me. De que vale essa carta escondida na gaveta? Eu respondo: de nada... Estranho este post? Confuso, talvez? É certo. Mas quem sabe se não é esta a forma de te mostrar que o caminho a seguir é ser coerente... se não será tempo de refazeres o tempo com actos. Daqueles que ardentemente te fazem escrever... Uma palavra te deixo: olha em frente. Esquece o que já se viveu. E trabalha pelo que te faz viver, e não pelo que somente te faz sonhar... É que se tiver de divorciar-me da escrita para ser feliz, falo-ei sem olhar para trás. Mas se tu deixares de escrever para te comprometeres contigo mesma, serás capaz de o fazer? Viverás tu apenas para um mundo literário, sendo injusto com aquilo que a tua própria vida te exige? Penso e medito nesta música de letras virtuais. Vão soando as notas músicais cá dentro, junto ao que faz bater o meu coração. E olhando-te olhos no olhos, pego neste espelho que me reflecte e arrumo-o ali ao lado. Não sei se saberás que é para ti que escrevo, mas lanço-te uma questão. Preferes ser tonta, ou uma mulher?... |
Gostei muito deste texto.
Olha, se fosse eu a responder diria que o "sonho comanda a vida"; e que sem sonhar não há como ser feliz.
E se essa pessoa vive para a escrita, nunca haverá maneira de ela ser feliz sem a exercer.
Tudo o que nos obceca e (por vezes) faz-nos ir mais longe, obriga-nos sempre a pagar um preço alto por isso.
Mas, em última instância, o amor é a suprema arma. Não existe nada com mais poder. E por amor já muitos sonhos e obsessões foram postos de lado. Quem sabe a falta de amor leve esta pessoa a refugiar-se nos sonhos e obsessões. Assim como o amor é uma energia fortíssima de atracção, a falta dele pode ser também uma energia fortíssima, mas de repulsão.